Hoje ao ouvir o toque da matraca,
Pensei em todos os meus pecados.
Padre, confesso, minha carne é fraca
Pintei e bordei por bons bocados.
Andei à tarde aos ninhos no canilhão
Joguei tiro-liro, bola, fito e ao pião
Aprontei ao botar algumas cacadas,
E sim, foram milhares de presepadas.
Foram altas artes, não nego, nem minto.
Na escola fui eu que espiei as raparigas
E que puxei o cabelo das mais crescidas
Sei, sou quase homem eu não desminto.
Fugi e esqueci minhas vacas no lameiro
Precisava ir com meus amigos a brincar
Sabe, não quero perder por ali o ano inteiro
Tenho que jogar a bola, ir, viver e aprontar.
Confesso tudo, mas daí-me logo a penitencia.
Já é tempo de correr e voltar pras brincadeiras!
Devo rezar um pai nosso, em cada dia? Paciência.
Tenho o Céu garantido quanto brinco nas eiras.
Albano Solheira
31/03/2010
A confissão
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